Na manhã desta quarta-feira (26), o ex-presidente Jair Bolsonaro vai depor à Polícia Federal no inquérito que investiga os ataques contra os prédios dos três poderes ocorridos no dia 8 de janeiro. O depoimento atende a um pedido da Procuradoria Geral da República e foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que deu 10 dias para a PF ouvir Bolsonaro.
Para os investigadores, uma postagem do dia 11 de janeiro ligaria Jair Bolsonaro à invasão da sede dos Três Poderes. Na ocasião, o ex-presidente compartilhou uma mensagem colocando em dúvida o sistema eleitoral, o que foi avaliado como um sinal de que ele pode ter estimulado a depredação dos prédios públicos.
Esta será a segunda vez que Bolsonaro presta depoimento à PF desde que deixou o governo. A primeira vez foi no dia 5 de abril, com o objetivo de depor sobre o caso das jóias trazidas da Arábia Saudita, quando ele ainda ocupava a chefia do executivo no Brasil.
O pedido da PGR ocorreu quando Jair Bolsonaro ainda estava nos Estados Unidos, onde ficou por 3 meses depois de sair do governo. Com a volta dele do exterior no dia 30 de março, Moraes solicitou a audiência.
Investigações
Na segunda-feira (25), o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento de mais 200 envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Na ocasião, vândalos depredaram as sedes do Supremo Tribunal Federal (STF), o Congresso e o Palácio do Planalto. Primeiro a votar, o ministro Alexandre de Moraes decidiu pelo recebimento das denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os acusados.
Conforme levantamento do STF, das 1,4 mil pessoas que foram presas no dia dos ataques, 294 (86 mulheres e 208 homens) continuam no sistema penitenciário do Distrito Federal. Os demais foram soltos por não representarem mais riscos à sociedade e às investigações.