Quatro chefes de facções criminosas do Rio Grande do Norte foram transferidos para penitenciárias federais na noite dessa quinta-feira (27). Ao todo, já são 14 líderes transferidos em razão da onda de ataques em cidades potiguares registradas no mês passado.
Por motivo de segurança, os nomes dos presos transferidos e os locais para onde foram levados não serão divulgados neste momento. As transferências são fruto de uma atuação conjunta do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), da Polícia Federal, da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap/RN) e da Secretaria Nacional de Políticas Penais.
Sete investigados já viraram rés por promoverem e integrarem uma organização criminosa do Rio Grande do Norte. O grupo está entre os presos na operação Sentinela, deflagrada no dia 22 de março. A ação teve por objetivo combater a atuação da organização criminosa que promoveu atos criminosos em todo o Estado. Dos sete réus, quatro são mulheres. Todos já vinham sendo investigados desde 2020. Todas as denúncias são referentes ao crime de integrar, promover e constituir organização criminosa.
A operação Sentinela cumpriu 13 mandados de prisão e outros 26, de busca e apreensão, nas cidades de Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Macaíba, Canguaretama, Bom Jesus, Santo Antônio, Caiçara do Norte, Acari e Macau. Dois homens foram presos em flagrante na ação. Houve apreensão de armas, drogas, aparelhos de telefonia celular, documentos e dinheiro vivo. Cinco mandados de prisão não foram cumpridos porque os alvos não foram localizados, totalizando 18 prisões decretadas na operação Sentinela.
Outras cinco prisões temporárias foram prorrogadas por mais 30 dias e, ainda outras cinco prisões temporárias foram convertidas em preventivas.
A maioria dos presos na operação Sentinela já tem condenação por envolvimento com organização criminosa, tráfico de drogas, roubos e homicídios, sendo que alguns deles cumpriam pena em regime semiaberto, com uso de tornozeleiras eletrônicas. Já foi apurado que alguns dos presos na operação violaram o sistema de monitoramento eletrônico, coincidentemente antes e durante ataques registrados em março de 2023.
As investigações que resultaram na deflagração da operação Sentinela apontam que as pessoas presas na ação desta quarta são lideranças da organização criminosa em liberdade que exercem ou exerceram funções relevantes para a facção.
As pessoas presas na operação Sentinela são investigadas por constituírem e integrarem organização criminosa, o que tem pena prevista de reclusão de 3 a 8 anos. As penas delas, caso condenadas, podem ser aumentadas até a metade por usarem arma de fogo; agravada para as pessoas que forem identificadas como líderes sobre os demais faccionados; e ainda ampliada pela conexão com outras organizações criminosas. As denúncias já oferecidas não excluem o oferecimento de outras, futuras, dentro da mesma investigação.
Fonte: Tribuna do Norte