O senador Rogério Marinho (PL) tem se destacado dia após dia como líder da oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Senado. Diante da atuação firme no Congresso, analistas já veem no potiguar a figura de um possível sucessor de Jair Bolsonaro, ainda mais diante do risco do ex-presidente se tornar inelegível em razão de diversos processos que responde na justiça.
Com um perfil sempre alinhado à direita e crítico ao PT do presidente Lula, Rogério tem atuado no sentido de sustentar as bandeiras do bolsonarismo no Congresso Nacional, o que tem dado a ele uma visibilidade que também é impulsionada pelo assento que ocupa como líder da oposição.
Embora seja cedo para se desenhar um cenário eleitoral para a Presidência da República, a possível candidatura a presidente de Marinho seria um feito histórico para o Rio Grande do Norte. A última vez que um político potiguar chegou perto de disputar uma eleição presidencial foi em 2002, quando o então deputado federal Henrique Eduardo Alves foi cotado para ser indicado pelo MDB para ser candidato a vice-presidente na chapa do então presidenciável José Serra. As pretensões do potiguar, no entanto, foram derrubadas após a revista Istoé publicar uma denúncia dando conta que Henrique teria 15 milhões de dólares depositados em contas secretas no exterior. Na época as informações foram obtidas a partir de um processo de separação litigiosa movido pela ex-mulher de Alves, Mônica Azambuja, em outubro de 2000.
Em relação a Rogério, o ex-ministro do Desenvolvimento Regional do governo Bolsonaro tem surpreendido o País com uma atuação com vigor, porém com serenidade e altivez. O parlamentar tem representado ao mesmo tempo, por meio de suas arguições públicas, a oposição, o bolsonarismo e a direita.
Um exemplo dessa atuação foi quando, na última terça-feira 9, ao lado de deputados, senadores e advogados na Câmara, Rogério manifestou sua solidariedade a todos os que foram presos em decorrência dos episódios de vandalismo registrados no dia 8 de janeiro contra as sedes dos três poderes, em Brasília. O parlamentar escreveu nas redes sociais que os detentos precisam ter “o amparo e o escudo da Constituição” para responderem por eventuais ilícitos dentro do devido processo legal.
“Falar de pacificação, de virada de página, de convivência democrática, de alternância de poder, de respeitar quem pensa diferente é muito fácil; difícil é conviver num estado de exceção em que aparentemente há uma intolerância para quem pensa diferente, para quem acredita em valores que são caros à sociedade”, discursou o parlamentar diante de vários deputados e senadores.
O nome de Rogério vem sendo visto como um possível sucessor de Bolsonaro principalmente diante da possibilidade do ex-presidente ficar inelegível. Atualmente o ex-chefe do executivo responde a 16 ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que podem impedi-lo de disputar eleições por oito anos.
Cotada para assumir o legado do marido, Michelle Bolsonaro ainda é vista como inexperiente no meio político e tem contra si a resistência do próprio Jair à ideia de ela ser candidata a presidente em 2026. Além disso, há uma ausência de nomes de peso que representem o bolsonarismo, o que deixa o caminho livre para Rogério continuar se credenciando, discurso após discurso, a ocupar o vácuo deixado pelo ex-presidente.
Possível candidatura de Rogério a presidente mexeria no cenário para 2026 no RN
A possível candidatura de Rogério Marinho a presidente do Brasil em 2026 também movimentaria o tabuleiro político do Rio Grande do Norte. Isso porque o parlamentar atualmente é um dos cotados para disputar o cargo de governador do Estado.
Caso o senador vá para a disputa do pleito a nível nacional, ele descartaria uma eventual candidatura a governador do RN, uma vez que as eleições serão no mesmo período. A desistência a nível local mexeria com algumas peças políticas no estado potiguar, colocando em evidência, por exemplo, nomes como os de Styvenson Valentim (Podemos) e do próprio prefeito Álvaro Dias (Republicanos) como possíveis candidatos ao governo estadual.
Tanto Styvenson quanto Álvaro ainda não sabem qual cargo irão disputar em 2026. O mandato do prefeito de Natal termina no final de 2023 e ele não poderá ser candidato à reeleição. O mandatário já afirmou que pretende disputar ou o governo ou o senado. A mesma dúvida recai sobre Styvenson, cujo mandato de senador termina em 2026. Embora já tenha dito que disputaria novamente o governo, como fez em 2022, recentemente ele recuou e agora diz que não sabe ainda se disputará a Prefeitura do Natal em 2024, o Governo do RN ou o Senado novamente, daqui a três anos.
Fonte: AGORA RN