Os trabalhadores da saúde decidiram, na manhã desta quinta-feira (6), que a categoria vai entrar em greve. A decisão ocorre após os profissionais debaterem a negociação da data base de 2023 em assembleia, a convocação dos cadastros de reserva, o Piso da Enfermagem e as demais pautas que, de acordo com eles, o Governo do Estado se comprometeu a atender na Mesa SUS de junho, e não fez. A greve deverá iniciar no dia 19 de julho.
A Assembleia Geral ocorreu às 9h, no auditório do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol). De acordo com Rosália Fernandes, coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde RN), as motivações para o retorno da greve se deram a uma “quebra no que foi negociado” entre a categoria e o governo do estado.
A principal reivindicação da categoria é a negociação da data base 2023, que fez parte do acordo de suspensão da última greve. Entre as reivindicações também aparecem a implementação do piso da enfermagem, reenquadramento de servidores com mais de 30 anos, necessidade de aumento da jornada de trabalho de 30h para 40h, convocação de profissionais do cadastro de reservas para atendimento de demanda e melhoria nas condições de trabalho.
Segundo o Sindsaúde, o governo se comprometeu a atender essas demandas na Mesa SUS de junho, mas não o fez. “As reuniões tem sido no sentido de ser, como chamamos no sindicato, “mesas de enrolação”. Na negociação da (suspensão) da greve ficou decidido que agora, no mês de junho, a Mesa SUS iria debater a pauta econômica, e simplesmente os representantes diretos não apareceram. Pedro Lopes, secretário estadual de administração, não foi, e o ponto da campanha salarial foi retirado da pauta”, disse Rosália Fernandes.
Para a coordenadora, o governo só toma medidas para se reunir com a categoria para poder afirmar que o fez, mas nenhuma ação efetiva é tomada de fato. “O primeiro desrespeito vem quando tiram o ponto principal do acordo da greve. A pauta econômica foi dada como ponto de informe, e o representante principal do governo, que é o secretário de administração, não estava. Assim como não foram para nenhuma dessas reuniões o chefe de gabinete civil, o secretário de planejamento. Então existe essa ausência. Esse diálogo é um diálogo que de fato, eles dizem que fazem, mas não é encaminhado (para resolução), pois os representantes principais não estão presentes”, relatou.
Veja detalhadamente as pautas reivindicadas pelos trabalhadores:
- Negociação data base 2023 – Comissão do Piso Salarial de Enfermagem –
- Convocação do cadastro de reserva –
- Progressão funcional –
- Gratificação de incentivo à qualificação – Agendamento de reunião extraordinária que foi adiada –
- Ampliação de carga horária
Leia a nota completa divulgada pelo Sindsaúde:
Em Assembleia Geral da categoria, os trabalhadores e trabalhadoras da saúde do estado do Rio Grande do Norte deflagraram, por unanimidade, uma greve geral a partir do dia 19 de julho. A categoria reivindica a negociação da data base 2023 que faz parte do acordo de suspensão da última greve.
O governo Fátima Bezerra (PT) se comprometeu que na Mesa SUS de junho seria feito o debate sobre as reivindicações financeiras da categoria, o que inclui a reposição salarial, o piso da radiologia e mudança de nível para as pessoas que têm mais de 30 anos. Porém, na reunião, esse assunto foi retirado de pauta, sendo apresentado apenas como um informe de que o governo vai discutir qualquer reposição salarial depois da aprovação de um TAG no TCE, o que possivelmente ocorra em agosto.
Diante do fato, o Sindicato demonstrou sua indignação com a falta de compromisso do governo e esta Assembleia da categoria decidiu os rumos da luta. Nas próximas semanas serão realizadas reuniões nos locais de trabalho para discutir as atividades e, cabe relembrar, que a reunião para tratar da situação dos auditores, veterinários, servidores da vigilância sanitária, o protocolo dos pacientes privados de liberdade no Hospital Walfredo Gurgel, além de outros pontos foi remarcada para o dia 13 de julho e, caso haja novidades, a base será convocada.
A paciência dos (as) servidores (as) do estado já acabou há um tempo e a gestão foi alertada sobre esse desgaste. Agora não tem mais volta, o caminho é a luta!
Tribuna do Norte