O ex-policial militar Élcio Queiroz deu detalhes do assassinado da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes após firmar delação premiada com a Polícia Federal (PF) e Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), nesta segunda-feira (24). De acordo com ele, Ronnie Lessa, que também está preso desde 2019, matou Marielle.
Em seu depoimento, Élcio confessou que dirigiu o carro usado no ataque, um Cobalt Prata, e que Ronnie quem fez os disparos com uma submetralhadora. Ele disse ainda que o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, que foi preso nesta segunda, foi o responsável por fazer a vigilância.
Élcio e Ronnie serão julgados pelo Tribunal do Júri, no entanto, a sessão ainda não foi marcada. Maxwell, por outro lado, já havia sido condenado em 2021 a quatro anos de prisão por atrapalhar as investigações, mas estava cumprindo pena em regime aberto, e foi preso nesta segunda.
A operação continua para descobrir possíveis mandantes do crime, de acordo com o ministro da Justiça, Flávio Dino. “A partir daí, as instituições envolvidas terão os elementos necessários ao prosseguimento da investigação. Não há, de forma alguma, a afirmação de que a investigação se acha concluída, pelo contrário. O que acontece é uma mudança de patamar da investigação”, disse o ministro.
Ainda de acordo com Dino, existem convergências na narrativa de Élcio. “Há convergência entre a narrativa do Élcio e outros aspectos que já se encontravam em posse da polícia. O senhor Élcio narra a dinâmica do crime, a participação dele próprio e do Ronnie Lessa e aponta o Maxwell e outras pessoas como copartícipes”.
Em fevereiro deste ano, a Polícia Federal e a Polícia Penal Federal ingressaram na investigação em parceria com o Ministério Público do Rio de Janeiro. Questionado porque a investigação anterior não tinha conseguido avançar nas investigações, Dino respondeu que a participação das polícias federais permitiu uma maior união de esforços. “Respeitamos as investigações já ocorridas, mas o ingresso da Polícia Federal permitiu maior união. Então o elemento da união de forças permitiu esse resultado”, opinou.
Para o ministro, a colaboração premiada de Élcio de Queiroz encerrou uma fase da investigação ao retirar todas as dúvidas sobre a execução do crime, abrindo a possibilidade de a polícia chegar aos mandantes do duplo assassinato.
Com informações de Agência Brasil