Um mês após a primeira fuga da história do sistema penitenciário federal do Brasil, o ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Ricardo Lewandowski, visitou Mossoró pela segunda vez e disse que a operação de recaptura dos presos segue mantida e que os dois fugitivos ainda estão no perímetro mapeado pela força-tarefa montada para a operação. Além disso, Lewandowski não detalhou os custos da operação de recaptura, que envolve mais de 500 agentes de segurança federais e estaduais.
“No dia 12 (de março) houve rastreamento positivo que foi feito a partir da concentração de que cães ficaram agitados quando chegaram a uma casa. As forças de segurança foram ao local e os cães confirmaram a presença recente dos dois fugitivos”, disse. “Eles estão cercados, com toda certeza. Temos a convicção de que eles seguem cercados e por isso vamos manter (a operação). Eles se mantêm nesse perímetro original graças à operação”, garantiu o ministro em entrevista coletiva na Delegacia da Polícia Federal de Mossoró, na manhã desta quarta-feira (13).
Esta é a segunda visita do ministro Lewandowski em Mossoró desde que a fuga foi registrada, no dia 14 de fevereiro. Segundo o ministro, a operação “está se desenvolvendo até o momento com êxito”, e que o fato da dupla permanecer na zona rural de Baraúna comprova o êxito das ações policiais na área.
“O resultado prático a meu ver é que eles não conseguiram escapar deste perímetro, eles estão cercados. Se não fosse a eficiência das polícias eles já estariam distantes. Embora não tenham sido recapturados eles se mantêm nesse perímetro original. Eles não conseguiram se evadir para outros estados, e por isso essa mobilização continuará ainda por um certo tempo. Temos aproximadamente 500 pessoas envolvidas nas buscas”, disse o ministro.
Ainda segundo o ministro, Deibson Nascimento e Rogério Mendonça estão recebendo auxílio externo da facção Comando Vermelho (CV), da qual fazem parte. Desde o início das operações, pelo menos sete suspeitos foram presos de envolvimento e/ou auxílio com os fugitivos. Além disso, dois carros foram apreendidos durante as investigações.
Acerca dos custos da operação, o ministro confirmou que há altos custos empregados, mas não detalhou os valores exatos. “É um custo elevado, mas que o Estado precisa arcar. Não só pela recaptura desses dois bandidos perigosos, mas nós não podemos deixar a população local desamparada. Isso justifica o número de agentes de segurança presentes aqui. Enquanto o risco não se dissipar, vamos manter esse efetivo”, garantiu.
O ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou uma série de medidas para serem implantadas nas unidades federais. Segundo o MJSP, foram instaurados processos para construção de muralha no perímetro da Penitenciária Federal em Mossoró, início da construção da muralha na Penitenciária Federal de Porto Velho, além de determinação de revistas diárias em todas as celas, pátios de sol e parlatórios nas cinco penitenciárias federais, com a posterior elaboração de relatórios a serem encaminhados semanalmente à direção de cada unidade.
A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), por intermédio da Diretoria do Sistema Penitenciário Federal (DISPF), promoveu, na semana passada, o rodízio periódico de 23 presos entre as Penitenciárias Federais, com a finalidade de garantir o enfraquecimento das lideranças do crime organizado. O remanejamento de presos no âmbito do Sistema Penitenciário Federal é medida importante para seu perfeito funcionamento, pois visa impedir articulações das organizações criminosas dentro dos estabelecimentos de segurança máxima, além de enfraquecer e dificultar vínculos nas regiões onde se encontram as Penitenciárias Federais.
Tribuna do Norte