Motorista que transportou assassino de psicóloga de Assú ajudou polícia a encontrar criminoso, diz delegado

Apontado como assassino da psicóloga Fabiana Maia Veras, o servidor público João Batista Carvalho Neto foi localizado pela polícia em Natal na quarta-feira 24 com ajuda do motorista que o teria transportado no dia do crime.

De acordo com o delegado Valério Kurten, o motorista não teve nenhum envolvimento com o homicídio e colaborou com as investigações.

Segundo o delegado, o motorista apenas foi contratado por João Batista para levá-lo de Natal para Assú, e trazê-lo de volta. O assassino teria contado que o objetivo da viagem era uma consulta na cidade do interior.

Enquanto o crime foi praticado, o motorista ficou do lado de fora da casa onde Fabiana morava e atendia. Quando João Batista voltou para o carro, o motorista disse à polícia ter estranhado manchas de sangue na roupa, mas terminou o serviço de transporte sem querer se envolver com o assunto.

“O motorista foi ouvido e foi descartada a participação dele. Ele colaborou com a polícia e mostrou a identificação do passageiro”, afirmou Valério Kurten, em entrevista à TV Ponta Negra.

A polícia afirma que o crime foi premeditado. As investigações indicam que o assassino foi ao encontro da psicóloga, na última terça-feira 23, para se vingar de conselhos que a profissional estaria dando para sua ex-namorada, que seria uma amiga da vítima. Antes de matar, o criminoso teria acessado o celular da psicóloga para confirmar a troca de mensagens entre as amigas.

“Ele acreditava que a vítima estava aconselhando a amiga a não reatar o relacionamento. O celular dele foi apreendido. Vou representar pela extração dos dados. Após autorizado judicialmente, a gente vai fazer análises, vai verificar conversa dele com a vítima e a ex-namorada do suspeito para saber”, enfatizou o delegado.

“Ele veio para ter acesso ao celular da vítima e confirmar que realmente a vítima estava dando conselho”, acrescentou Valério.

A polícia acredita que, ao todo, o crime tenha durado 20 minutos. A psicóloga foi assassinada com pelo menos seis facadas, sendo três nas costas e mais três no pescoço.

Ida a posto de saúde

João Batista Carvalho Neto foi preso quando estava entrando no condomínio onde mora, em Nova Descoberta, em Natal. O delegado contou que o suspeito estava retornando de um posto de saúde, onde foi fazer um curativo na mão.

“Ele se cortou (durante o crime). Inclusive, ele procurou atendimento em uma unidade de saúde. Fez curativo e, quando retornou, foi efetuada a prisão dele”, pontuou o delegado.

Além de encontrar o celular da vítima, a polícia encontrou vestígios de sangue no imóvel onde vivia João Batista.

“Muito frio, cruel. A brutalidade com que ele cometeu esse homicídio, sem direito de defesa…”, enfatizou o delegado.

Audiência de custódia

O homem passou por audiência de custódia na tarde desta quinta-feira 25, através de uma videoconferência em Caraúbas, onde ele está detido. O suspeito seguirá preso e com prisão convertida em preventiva, conforme decisão da Justiça. Ele ficará detido na cadeia pública de Caraúbas. A defesa de João Batista afirma que o servidor estava afastado desde 2023 do trabalho após laudos psiquiátricos apresentarem sinais de “incapacidade mental”.

Sepultamento

O corpo da psicóloga foi sepultado na manhã desta quinta-feira 25 em Paraú, na região Oeste Potiguar. O enterro aconteceu sob forte comoção no cemitério público da cidade. Antes, familiares e amigos se reuniram em um velório e depois cortejo fúnebre na fazenda da família na cidade.

 

Agora RN

Foto: Reprodução

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