Diretor-geral da PF diz que Adélio Bispo agiu sozinho em atentado contra Bolsonaro

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou nesta terça-feira (11) que Adélio Bispo, autor da facada contra o então candidato a presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2018, agiu sozinho e sem mandantes. A informação foi divulgada durante um encontro com jornalistas.

O primeiro inquérito, instaurado em setembro de 2018, já havia concluído que Adélio agiu por iniciativa própria. Uma segunda investigação, encerrada em maio de 2020, reafirmou essa conclusão. Com a operação deflagrada nesta terça-feira, a PF solicitou o arquivamento das investigações.

Nesta terça-feira, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra um dos representantes da defesa de Adélio Bispo. O advogado é suspeito de ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital). O caso não está relacionado ao atentado. No relatório, a PF concluiu que o advogado tem atuação junto ao crime organizado. Também foi determinado o bloqueio de R$ 200 milhões de sua conta.

“Fizemos uma operação hoje em Minas Gerais que põe fim ao caso Adélio Bispo”, disse Rodrigues aos jornalistas. “De fato conseguimos comprovar que esse advogado é vinculado a organizações criminosas… (Mas) nenhuma vinculação do advogado com a tentativa de homicídio do ex-candidato”, afirmou, acrescentando que pedirá o arquivamento do caso.

O atentado foi alvo de frequentes críticas por parte de filhos e apoiadores de Bolsonaro, que questionavam quem seriam os mandantes do crime cometido em Juiz de Fora (MG). O vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PL), chegou a ser alvo de uma queixa-crime por associar Adélio ao ex-deputado Jean Wyllys, do PSOL. Carlos alegou que uma testemunha teria visto o autor da facada no gabinete do então deputado, mas não apresentou provas.

Andrei Rodrigues, que assumiu o cargo de diretor-geral da PF em 10 de janeiro de 2023, anteriormente foi chefe de segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha eleitoral de 2022.

Relembre o atentado

O então candidato à Presidência pelo PSL (atualmente União Brasil, após a fusão com o Democratas), Jair Bolsonaro, foi golpeado com uma faca enquanto cumpria agenda de campanha em Juiz de Fora (MG), em 6 de setembro de 2018. O autor do ataque, Adélio Bispo de Oliveira, natural de Montes Claros (MG), foi preso em flagrante e confessou o crime.

Em junho de 2019, Adélio Bispo foi absolvido após ser considerado inimputável por transtorno mental em processo criminal. Em fevereiro deste ano, após cumprir medida de segurança no presídio federal de Campo Grande, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) determinou que ele retornasse a Minas Gerais, local de origem do processo.

 

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Foto: Reprodução

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