As polícias civil e militar prometem aumentar o trabalho ostensivo para garantir mais segurança no transporte público, mantendo contato direto com motoristas e empresas de ônibus. A iniciativa é resultado de uma reunião na Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesed/RN) com o Sindicato dos Rodoviários (Sintro/RN). A entidade reivindicou ações concretas do governo após o latrocínio que vitimou um motorista quando esse se dirigia ao trabalho na semana passada, na zona Oeste.
O Sintro diz que somente nos 21 dias de agosto ocorreram 20 assaltos no transporte público da capital. O número 181 é o canal de denúncias e a pessoa não precisa se identificar.
Da reunião, além dos representantes dos motoristas, participaram o titular da Sesed, Coronel Francisco Araújo; o diretor da Polícia Civil em Natal, delegado Marcus Vinícius; e o Coronel Antônio Marinho, comandante da Polícia Militar na capital.
O diretor de comunicação do Sintro/RN, Harley Davidson, diz que depois do latrocínio da semana passada, ocorreram novos assaltos. “Levamos alguns dados e eles ficaram de dar andamento mais rigoroso na investigação do caso do latrocínio e também na questão de mais blitzen nos principais corredores, justamente para passar mais segurança”, explicou.
Segundo o diretor, as autoridades da segurança pública se comprometeram a usar o efetivo das novas turmas da polícia que estão em formação. “Acredito que, de amanhã (hoje) em diante, a gente já veja essas blitzen. porque foi promessa do comandante. No mês de agosto, a gente teve uma média de quase um assalto por dia e eles ficaram de dar esse suporte nas áreas mais críticas”, comentou Harley.
O comandante do policiamento na capital avalia que o número de assaltos precisa ser combatido, mas que não justifica clima de pânico, uma vez que o percentual entre o número de ônibus/viagens e as ocorrências é baixo. Porém, diz que haverá o combate.
“As operações começam nesta sexta-feira para favorecer tanto os motoristas, quanto os passageiros, seja nos ônibus ou nas paradas e proximidades. Não dá para prever onde e quando o crime vai ocorrer, mas a gente coloca os policiais onde se necessita e vamos manter esse contato permanente”, explicou o Coronel Antônio Marinho.
A Sesed não apresentou estatísticas consolidadas sobre o assunto, mas o delegado Marcus Vinícius concorda que os números representam um percentual baixo e que recentemente já houve momentos em que o estado zerou o número de assaltos a ônibus, graças às ações efetivas que estão sendo retomadas.
“Recebemos material, inclusive que as próprias empresas nos oferecem, e estamos conseguindo identificar um pequeno grupo que tem praticado esses delitos em algumas áreas. Estamos recebendo mais material e vamos conseguir, através do poder judiciário e Ministério Público tirá-los de circulação”, disse.
A polícia está avaliando, por exemplo, o modus operandis, a área geográfica, horários e até imagens. “A tecnologia está aí com vários recursos que podemos usar. Não especificamos para a bandidagem não se prevenir. Os meios que temos disponíveis nos ajudam a fazer um trabalho mais célere”, aponta.
A orientação para empresas, motoristas e usuários que sofrerem assaltos, mesmo que não seja nos ônibus, é realizar o Boletim de Ocorrências porque ajuda a mapear onde os criminosos estão atuando. “Se não houver esses registros, deixamos de ver aquela área como local de prática de crimes. Se temos algo mapeado sobre região e modus operandis, por exemplo, é com base no Boletim de Ocorrência”, explicou o delegado.
As denúncias podem ser feitas pelo número 181, inclusive de forma anônima. Marcus Vinícius ressalta, ainda, que as vítimas não devem reagir a assaltos, como foi o caso do motorista da semana passada, que acabou alvejado e morto pelo criminoso após reagir. “O fator surpresa é de quem chega. Jamais se deve reagir. É preciso habilidade além do normal para isso e nem os policiais, que são treinados, reagem quando sem condições para tanto”, comenta.
Tribuna do Norte
Foto:Magnus Nascimento
