A Mostra Armorial 50, que está desde novembro ornando a Pinacoteca do Estado com arte nordestina, também vai contar com uma trilha sonora à altura. De 23 a 26 (quinta a domingo) serão realizados os Encontros Petrobras de Música Armorial, em uma programação especial que será dividida entre a Pinacoteca e o Teatro Alberto Maranhão. O repertório prestará uma homenagem ao potiguar Antonio Madureira, um dos maiores expoentes da música armorial.
Os Encontros Petrobras de Música Armorial visam recriar a atmosfera que marcou o surgimento do movimento. A programação será aberta no dia 23, às 19h, com o lançamento nacional do 3º volume do livro “Antonio Madureira Armorial: histórias e partituras”, de Francisco Andrade, na Pinacoteca. A obra transcreve e analisa composições do Quinteto Armorial e do Quarteto Romançal. Outros volumes também estarão disponíveis no local.
Na sexta-feira (24), a cantora Leticia Torança sobe ao palco do TAM acompanhada do Grupo Aralume, com o espetáculo cênico-musical “A Mãe Essência”. A performance une música instrumental, poesia e imagens, resgatando a estética armorial criada por Madureira – que também participou da criação do espetáculo – e traduzindo a riqueza das culturas brasileiras em novas interpretações de obras como “Excelência”, de Madureira e Ariano Suassuna, e “Canto do Pagé”, de Heitor Villa-Lobos.
No sábado (25), também no TAM, o músico Antúlio Madureira retorna a Natal com um espetáculo homenageando seu irmão, no qual mistura o erudito e o popular. Reconhecido por suas invenções instrumentais e performances únicas, que encantam plateias de todas as idades, Antúlio apresenta uma fusão de ritmos nordestinos, como caboclinho, maracatu e ciranda, criando um diálogo entre tradição e inovação.
Encerrando os “Encontros”, no domingo (26), o Grupo Garcez Experimental de Dança apresentará o espetáculo “Não sei, só sei que foi assim”, uma releitura poética do legado de Suassuna por meio da dança. Os ritmos do caboclinho e maracatu estarão em cena fazendo uma uma homenagem à música armorial e a Zoca Madureira. Sob a direção de Artur Garcez, a apresentação explora o universo simbólico do sertão nordestino, combinando elementos do erudito e popular em coreografias que mesclam o real e o imaginário.
Segundo Regina Rosa de Godoy, idealizadora da mostra e coordenadora da série musical, a ideia é proporcionar uma imersão no legado armorial, na música e nas referências dos folguedos populares que nortearam Antônio Madureira. “Juntos, ele e Ariano Suassuna criaram sonoridades magníficas a partir da mescla da música erudita e popular. E para honrar esse legado, teremos performances que cruzam diferentes linguagens artísticas e reafirmam a importância deste artista para a música”, explicou.
A Mostra Armorial 50 celebra o movimento que Ariano Suassuana criou em 1970, uma corrente que promove a fusão das raízes populares e eruditas da cultura brasileira. A exposição exibe cerca de 140 peças entre figurinos, pinturas e esculturas, que demonstram essa estética. A mostra seguirá até o dia 02 de fevereiro.
Serviço:
Encontros Petrobras de Música Armorial. De 23 a 26/01, às 19h, na Pinacoteca do Estado e Teatro Alberto Maranhão. Acesso gratuito com retirada no Sympla.
TRIBUNA DO NORTE
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