Falta de infraestrutura e guias no Forte dos Reis Magos preocupa setor turístico

A precariedade na infraestrutura do Forte dos Reis Magos e a ausência de guias turísticos qualificados têm gerado preocupação entre representantes do setor de turismo no Rio Grande do Norte. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens no estado (ABAV-RN), Antônio Neto, a falta de investimentos compromete a experiência dos visitantes e prejudica a atratividade do destino.

“O Forte dos Reis Magos é um dos principais patrimônios históricos do Brasil e recebe, em média, cerca de 5 mil visitantes por mês, entre turistas e moradores do estado. No entanto, relatos sobre a ausência de guias de turismo e a estrutura precária impactam diretamente na experiência dos visitantes e na imagem do destino”, afirmou Antônio Neto.

De acordo com a pesquisa “Tendências de Turismo Verão 2025”, realizada pelo Ministério do Turismo em parceria com a Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados, mais de 59 milhões de brasileiros pretendem viajar entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, movimentando cerca de R$ 148,3 bilhões na economia nacional. Do total de viajantes, 54% optam por destinos de sol e praia, reforçando a importância de Natal no cenário turístico.

Para as agências de turismo, a diversificação de produtos e a personalização de pacotes têm sido estratégias fundamentais para atender a um público cada vez mais exigente. Segundo Antônio Neto, a valorização de equipamentos históricos como o Forte dos Reis Magos é essencial para qualificar a oferta turística do estado.

“O crescimento do interesse pelo turismo cultural e de experiência exige investimentos em infraestrutura e serviços turísticos de qualidade. O Forte dos Reis Magos precisa de melhorias estruturais para garantir uma visita mais enriquecedora e atrativa”, ressaltou o presidente da ABAV-RN.

Entre as medidas sugeridas pelo setor para reverter a situação, estão investimentos na capacitação de guias turísticos, garantindo profissionais qualificados para fornecer informações detalhadas sobre a história e a importância do Forte; a realização de manutenções periódicas para conservar o espaço, incluindo melhorias na iluminação e renovação das sinalizações; e a implementação de tecnologia interativa, como QR Codes e audioguias multilíngues, permitindo que os visitantes tenham acesso a informações de forma autônoma.

Antônio Neto destacou que a adoção dessas medidas poderia transformar o Forte dos Reis Magos em um atrativo ainda mais valorizado, ampliando sua visibilidade e contribuindo para o fortalecimento do turismo local. “O setor turístico tem um papel essencial na economia do estado, e investir na modernização do Forte traria benefícios tanto para o turismo quanto para a preservação histórica”, concluiu.

Fecomércio defende concessão do Forte dos Reis Magos para garantir investimentos e preservação

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio-RN) defende a concessão do Forte dos Reis Magos à iniciativa privada como forma de assegurar investimentos contínuos e garantir a preservação do patrimônio histórico. Segundo o presidente da entidade, Marcelo Queiroz, a falta de cuidados e de investimentos nos equipamentos públicos compromete o turismo e a economia do estado.

“A experiência negativa de um visitante não apenas compromete a imagem de nossos destinos, mas também gera uma publicidade desfavorável que reduz a atratividade turística. O Forte, um marco histórico e paisagístico de Natal, pode ser muito melhor aproveitado”, afirmou Queiroz.

A Fecomércio apresentou ao Governo do Estado uma sugestão para que o Forte dos Reis Magos seja incluído no programa estadual de Parcerias Público-Privadas (PPPs). A entidade defende que a concessão possibilitaria melhorias na estrutura do equipamento, ampliação do horário de funcionamento e diversificação das atividades oferecidas.

“O Forte pode operar diariamente com horários ampliados e promover atividades culturais, gastronômicas e eventos. Esse modelo já é bem-sucedido em outros patrimônios, como a Fortaleza de Nossa Senhora dos Remédios, em Fernando de Noronha”, explicou Queiroz.

A Fecomércio argumenta que, ao ser gerido pela iniciativa privada, o espaço poderia atrair mais visitantes, gerar novas oportunidades de emprego e fortalecer a cadeia produtiva do turismo no estado. “É fundamental modernizar a gestão do Forte para que ele seja mais do que um espaço histórico e passe a oferecer uma experiência completa e sustentável, que valorize sua história, atraia mais visitantes e contribua para o fortalecimento do turismo local”, destacou o presidente da entidade.

A proposta da Fecomércio está em análise pelo governo estadual, mas ainda não há previsão para a formalização de um estudo técnico ou para o lançamento de um processo de concessão.

AGORA RN

Foto: José Aldenir / Agora RN

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