O Fluminense vai viver mais um dia histórico nesta segunda-feira. O atual campeão da Copa Libertadores da América participará pela primeira vez do Mundial de Clubes. Carregando também a bandeira brasileira, o clube carioca estreia nas semifinais diante do Al-Ahly, do Egito, que já precisou eliminar um adversário para se manter vivo. A partida começa às 15h no estádio Rei Abdullah, em Jeddah, na Arábia Saudita.
O time que vencer este duelo encara na final o vencedor do confronto entre o Urawa Red, do Japão, e o Manchester City, da Inglaterra, marcado para terça-feira, às 15 horas, no mesmo local. Como os jogos são eliminatórios, em caso de empate no tempo normal, haverá prorrogação de 30 minutos, com dois tempos de 15, e, se necessário, a vaga na decisão será definida nas cobranças de pênaltis.
Nesta temporada, comandado pelo técnico Fernando Diniz, o Fluminense foi bicampeão carioca com uma goleada de 4 a 1 em cima do Flamengo e depois conquistou o inédito título da Libertadores diante do Boca Juniors, vencendo por 2 a 1 na prorrogação, no Maracanã.
Mais leve com a conquista continental, o Fluminense chega confiante para enfrentar o Al Ahly, mas não terá vida fácil. Nas últimas cinco edições do Mundial, a equipe campeã da Libertadores não chegou à final três vezes. Em 2018, o River Plate foi eliminado pelo Al Ain, dos Emirados Árabes. Dois anos depois, o Palmeiras caiu diante do Tigres, do México, por 1 a 0, e, em 2022, o Flamengo perdeu para o Al-Hilal, da Arábia Saudita Flamengo, em 2019, e Palmeiras, em 2021, conseguiram avançar e perderam o título, respectivamente, para o Liverpool e Chelsea.
Outra ‘pressão’ psicológica para o Fluminense é que o último título brasileiro no Mundial saiu há 11 anos, em 2012, quando o Corinthians fez 1 a 0 no Chelsea. De lá para cá, ganharam somente clubes europeus: Real Madrid (2014, 2016, 2017, 2018 e 2022), Bayern de Munique (2013 e 2020), Barcelona (2015), Liverpool (2019) e Chelsea (2021).
Atual campeão da Liga dos Campeões da África, o Al-Ahly entrou no Mundial na segunda fase e venceu com facilidade o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, por 3 a 1, mesmo com o adversário contando com algumas estrelas como os franceses Benzema e Kanté, além dos brasileiros Fabinho e Romarinho. Os egípcios ainda contam com grande número de torcedores na Arábia Saudita, que os fazem se sentir em casa.
Onze vezes campeão da Liga dos Campeões da África, o Al-Ahly disputa uma semifinal do Mundial pela quinta vez, três delas nos últimos quatro anos. Por isso, é chamado de “Real Madrid da África”. Já participou nove vezes do campeonato, mas nunca chegou à final e tem três terceiros lugares. Em quantidade de participações, só perde para Auckland City, da Nova Zelândia, presente em 12 edições do torneio. O clube do Cairo, capital do Egito, é o maior campeão do seu país com 43 títulos e 12 vice-campeonatos, além de 38 copas nacionais. Fundado em 1909, tem uma torcida estimada em 25 milhões de pessoas.
Para um dos duelos mais importantes da história do Fluminense, Fernando Diniz não esconde que vai mandar a campo com o que tem de melhor. A única preocupação é o lateral-direito Samuel Xavier, que não joga desde novembro após se contundir em um jogo contra o São Paulo, mas ele está recuperado de lesão e treinando normalmente com o restante do elenco na Arábia Saudita. Guga fica na reserva e pode entrar durante o jogo. O atacante John Kennedy, o autor do gol do título da Libertadores, deve iniciar no banco, mas é quase certa a sua entrada durante o jogo. Ele pode entrar na vaga de algum atacante ou mesmo na vaga de alguém do meio-campo, o que deixaria o time bastante agressivo.
De qualquer forma, o treinador falou sobre a emoção de ter levado o Fluminense ao Mundial de Clubes. “Disputar o Mundial de Clubes para nós foi todos os dias, desde que eu cheguei ao Fluminense. Era um sonho que a gente nutria. Fizemos uma preparação bastante adequada. Parecia que nunca ia chegar esse dia, mas chegou. Agora o foco é fazer um bom jogo e avançar”, disse o comandante, evitando comentar sobre uma possível final contra o Manchester City, favorito na outra semifinal.
Na coletiva oficial, Diniz falou pouco sobre seu time, mas mostrou estar bem por dentro do adversário. “Nós vimos sete jogos deles, agora oito, e sabemos que são fortes. É um time muito bem dirigido, tem grandes jogadores e conta com uma torcida gigantesca. Estamos totalmente focados neste jogo”, concluiu.
Do outro lado, depois de mostrar muita organização, consistência e boa execução dos conceitos na vitória das quartas de final diante do Al-Ittihad, o técnico suíço Marcel Koller já mostrou que o Al Ahly não irá facilitar o clube brasileiro chegar até a decisão.
Armado no esquema 4-1-4-1, é um time rápido, que se defende em bloco e chega ao ataque com muita facilidade. Mas vai ter um desfalque importante. O atacante francês Anthony Modeste, uma das principais contratações da temporada, foi expulso de maneira infantil nas quartas de final, e agora cumpre suspensão. Ele entrou em campo aos 42 minutos do segundo tempo e foi expulso três minutos depois. Agora deixa de ser opção.
Estadão