As 21 baleias-pilotos que foram encontradas encalhadas na manhã da última sexta-feira 31, no município de Rio do Fogo, no Litoral Norte potiguar, receberam um diagnóstico de infecção parasitária nos aparatos auditivos após cinco dos animais morrerem e passarem pelo procedimento de necropsia – realizado pela equipe técnica do Projeto Cetáceos da Costa Branca (PCCB-UERN). A infecção é o motivo que provocou a desorientação espacial dos indivíduos.
O encalhe tem sido acompanhado de perto por equipes do Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental (CEMAM), do Projeto Cetáceos da Costa Branca (PCCB-UERN), do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A coordenação do Projeto Cetáceos da Costa Branca explicou que “a presença desses parasitas em grandes quantidades pode comprometer a orientação dos animais, o que provoca o comportamento de adernação”. De acordo com a equipe, mais uma operação embarcada para tentar desencalhar o grupo foi iniciada nesta segunda 3.
Segundo Daniel Solon, coordenador técnico executivo do PCCB-UERN, no domingo 2 uma tentativa de afastar o grupo da costa foi realizada, mas não obteve sucesso. “Foi possível obter detalhes da saúde dos animais, seus comportamentos, dinâmica do grupo e pouca reatividade a presença de embarcação”, explicou.
O coordenador explicou que encalhes em massa dessa magnitude não são tão comuns. “Aqui no nosso estado do Rio Grande do Norte, com tantos indivíduos assim, atendidos pela equipe do Projeto Cetáceos da Costa Branca, a gente só teve um em 2013, que foi um encalhamento em massa de 31 indivíduos de outra espécie, a gente chama popularmente de pseudorca ou falsas orcas”, contou.
Conforme Daniel, a causa do encalhamento de 2013 foi semelhante a que está acontecendo agora. Na ocasião, os animais necropsiados também foram diagnosticados com infestação parasitária nos ouvidos, o que os levou a desorientação e o possível encalhamento do grupo.
Como estratégia de deslocamento dos animais para o mar aberto, têm sido utilizadas embarcações com o objetivo de afugentar o grupo da costa, guiando o grupo para fora da enseada de Pititinga. A estratégia ainda não surtiu efeito, tendo em vista que o líder do grupo, uma fêmea, permanece em estado constante de desorientação.
Agora RN
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