O Rio Grande do Norte ficou em 15ª posição no ranking que envolve todos os Estados do País e o Distrito Federal, do Índice de Progresso Social (IPS Brasil 2024), que mede a qualidade de vida nos 5.570 municípios brasileiros. Já Natal ficou em 17º lugar no ranking das capitais, que inclui também Brasília. O IPS é uma ferramenta criada pelos cientistas da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), ambos nos Estados Unidos. Mais de 50 indicadores sociais e ambientais foram analisados e geraram uma nota média para cada cidade e estado.
No geral, a pontuação do Brasil foi 61,83, o que fez com que o País despencasse 21 posições, passando da 46ª colocação, em 2014, para a 67ª neste ano. A estrutura do IPS possui três dimensões (Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-estar e Oportunidades) e 12 componentes: moradia; nutrição e cuidados médicos básicos; água e saneamento; qualidade do meio ambiente; acesso à informação e comunicação; inclusão social, saúde e bem-estar; acesso ao conhecimento básico; segurança pessoal; liberdades individuais; acesso à educação superior; e direitos individuais.
O Rio Grande do Norte teve melhor desempenho em moradia (92,04), nutrição e cuidados médicos básicos ( 73,96), água e saneamento (71,02) e qualidade do meio ambiente (66,82). Na outra ponta, com a pior pontuação estão segurança pessoal (47,36), liberdades individuais (46,76), acesso à educação superior (38,77) e direitos individuais (32,45). No acumulado, a pontuação do Estado ficou em 59,52, o quarto melhor do Nordeste (atrás de Sergipe, com 61,20; Paraíba, com 60,11; e Ceará com 59,71).
Já Natal teve melhor desempenho nos componentes de moradia (89,63), acesso à informação e comunicação (78,65), água e saneamento (75,71) e nutrição e cuidados médicos básicos (75,12). Os componentes com pontuação mais baixa são saúde e bem-estar (57,13), inclusão social (50,86), segurança pessoal (48,67) e direitos individuais (34,45). No acumulado, a pontuação da cidade ficou em 64,45, o quinto melhor desempenho do Nordeste (atrás de Aracaju, com 67,89; Teresina, com 67,37; São Luís, com 65,69; e João Pessoa, com 65,25).
No acumulado do Brasil, em 2024, o País registrou as pontuações de 61,83 em nutrição e cuidados médicos básicos; 70,51 em água e saneamento; e 77,79 em moradia. No caso de segurança pessoal, o Brasil obteve 58,27, e em acesso ao conhecimento básico, 71,82. Cada componente responde uma pergunta orientadora feita por ocasião do levantamento. Os resultados do IPS Brasil são apresentados por meio de pontuações para cada município (de zero a 100).
Para o professor Ricardo Ojima, chefe do Departamento de Demografia e Ciências Atuariais (DDCA/UFRN), ao analisar os dados é importante levar em conta, como apontado pelo próprio relatório, a baixa qualidade de dados acessados para o levantamento em componentes como saúde e segurança. De todo modo, ele avalia que os dados parecem coerentes com a posição intermediária ocupada tanto pelo RN quanto por Natal em relação ao restante do País.
Ojima diz, portanto, que o acesso a bons dados é importante, além de políticas públicas que possam melhorar os componentes com desempenho mais fraco. “É preciso propor políticas adequadas. Mas, para isso, é preciso ter projetos de estado que garantam a confiabilidade e organização sistemática dos dados sobre essas dimensões. É algo a ser levado em consideração porque, se os indicadores que mediriam os efeitos dos investimentos não são devidamente coletados, mesmo que haja melhora, ela não se refletirá nos resultados. Assim, dá-se a sensação de que esses investimentos não foram efetivos”, alerta o professor.
Tribuna do Norte
Foto: Adriano Abreu