A Prefeitura de Natal anunciou medidas para reduzir os efeitos da alta da maré no litoral, prevista pela Capitania dos Portos para os dias 17 a 19 de outubro. Segundo o prefeito Álvaro Dias, o monitoramento e o patrulhamento, especialmente durante a maré cheia, serão reforçados com equipes da Guarda Municipal. Além disso, a instalação de barreiras de sacos de areia será intensificada para conter a força da maré.
O assunto foi discutido durante reunião entre representantes da gestão municipal e da classe hoteleira realizada no salão nobre do Palácio Felipe Camarão, nesta terça-feira (15). Equipes das secretarias municipais de Infraestrutura (Seinfra), Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) e da Defesa Civil de Natal irão também realizar nova vistoria na região para identificar áreas de risco e prepará-las para a previsão de marés altas nos próximos dias.
Secretário municipal de Infraestrutura, Carlson Gomes afirmou que barricadas de areia já foram instaladas para proteger diversos empreendimentos na região. “Também estamos executando a recuperação da estrutura dos dissipadores, que fazem parte do projeto de ampliação da drenagem em Ponta Negra e atendendo à determinação do prefeito Álvaro Dias estamos em regime de plantão para dar uma pronta resposta caso seja necessário intervir”, disse Carlson Gomes.
Entre aqueles que participaram do encontro, a presidente do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares do Rio Grande do Norte, Grace Gosson, explicou que a preocupação com os possíveis danos causados pelo fenômeno partiu de diferentes integrantes da rede hoteleira. Em conjunto com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), foi elaborado um requerimento com a solicitação de providências urgentes. “Nessa reunião, demonstramos os prejuízos que ocorreram durante o mês de setembro para toda a cadeia de hotéis”, afirmou.
Para além de danos nos hotéis e estabelecimentos costeiros, a presidente do SHRBS relatou ainda que a preocupação se estendia a outras questões, como danos à infraestrutura presente nas praias, como a de Ponta Negra e Via Costeira. “A maré poderia gerar um grande prejuízo na parte da drenagem, por exemplo, causando a chegada de dejetos no mar. O calçadão e toda a infraestrutura presente para as pessoas que vivem ou transitam pela região podem ser afetados”, afirmou.
Presidente da ABIH, Abdon Gosson relatou que as sugestões apresentadas ao Município visam a prorrogação do decreto de emergência, publicado no dia 20 de setembro devido ao aumento da maré, instalação de barreiras temporárias de contenção, monitoramento contínuo pela Defesa Civil das condições costeiras e das marés, além da aceleração da obra da engorda de Ponta Negra com término no início da alta temporada. Para Gosson, o aumento da faixa de areia é fundamental para a resolução do problema em Ponta Negra.
“Com a ampliação da faixa de areia, não enfrentaremos mais os episódios de destruição que temos presenciado. Outro ponto importante dessa obra será o impacto positivo no turismo, já que uma praia com uma orla mais ordenada e acessível irá atrair um número maior de visitantes”, disse. Ele apontou que a engorda deve gerar um incremento de 30 a 40% de turistas.
O presidente da ABIH avaliou os resultados da reunião de forma positiva, e apontou que a coordenação entre Defesa Civil e a Prefeitura deve amenizar os danos da maré alta. “Diante da preocupação que levamos, o prefeito já está tomando medidas emergenciais. Além disso, a obra de engorda da praia de Ponta Negra, essencial para a proteção da região, já atingiu 20% de conclusão, conforme o cronograma, com previsão de término até dezembro”, concluiu.
TRIBUNA DO NORTE
Foto: Divulgação