Principal cartão-postal de Natal, o Morro do Careca, na praia de Ponta Negra, está passando por um processo de erosão que preocupa as autoridades ligadas ao meio-ambiente.
Uma falésia está se formando no pé do morro, segundo o Idema – Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente. Isso por causa da ação natural, do avanço do mar, mas também da ação humana. Embora seja proibido subir a duna desde 1997, muitas pessoas desobedecem a regra.
“É preocupante, porque estamos tendo um processo de avanço da degradação do Morro do Careca. Nós temos uma realidade do avanço do mar, um impacto maior das ondas, que contribui para esse processo, e a ação humana, de pessoas, que insistem e sobem, mesmo com sanções penais, cercas, e placa aqui orientando”, afirmou Iracy Wanderley, subcoordenadora de Planejamento e Educação Ambiental do Idema.
O órgão realizou uma ação educativa na praia de Ponta Negra, na tarde desta sexta-feira (10), para orientar a população e turistas a não subirem o morro.
De acordo com Iracy, além do risco de desaparecimento do Morro do Careca, há possibilidade de se perder a variedade de espécies encontradas na vegetação que cobre a duna.
Na última segunda-feira (6), uma comissão formada por representantes da prefeitura de Natal e da Marinha fez uma vistoria no morro para tentar identificar as causas da erosão.
A vistoria contou com uma equipe formada por técnicos em geografia, biologia e ecologia e também pela fiscalização ambiental da Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb). Todos percorreram trecho de aproximadamente 5km, desde a base do morro, passando pela praia de Alagamar, seguindo em direção à área militar de acesso restrito, na parte de trás do Morro do Careca.
“O Morro do Careca é uma paisagem importante a ser preservada na área de Restinga e Mata Atlântica, fundamental para a manutenção da biodiversidade local”, afirmou a bióloga e doutora em Ecologia pela UFRN, Carolina Lisboa, que participou da vistoria.
Cartão postal da capital potiguar, o Morro do Careca é uma duna de 120 metros que faz parte da Zona de Proteção Ambiental 6 (ZPA-6). Trata-se de um bem da União e área militar, e, por isso, tem seu acesso restrito e controlado pelo comando do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI).
Os dados coletados devem ser consolidados em um relatório técnico, que busca identificar se existe algum dano ambiental, obstrução, ocupação, ação humana e as possíveis medidas necessárias para o controle da situação.
Fonte: Portal G1 RN.