Alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga a adulteração de cartões de vacinação contra a Covid-19, o ex-presidente Jair Bolsonaro reafirmou não ter tomado o imunizante e declarou estar surpreso com a busca e apreensão. “Não existe adulteração da minha parte, eu não tomei a vacina, ponto final, nunca neguei isso”, declarou o político a imprensa na manhã desta quarta-feira (3).
De acordo com Bolsonaro, ele não tomou o imunizante após “ler a ‘bula’ da Pfizer”. Além do ex-presidente, sua filha Laura, de 12 anos, também não tomou a vacina contra a Covid. O político também disse que a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, tomou o imunizante da Janssen nos Estados Unidos.
Quando questionado sobre o seu ingresso nos Estados Unidos com as restrições sanitárias impostas pelo governo brasileiro e local, Bolsonaro anunciou que nunca teve o cartão de vacinação solicitado para entrar “em lugar nenhum”. O ex-presidente também fez questionamentos a respeito da democracia brasileira, indicando que seria “bom se nós estivéssemos em um país democrático onde se pudesse discutir todos os assuntos. Tem assunto que é proibido falar no Brasil, e um deles é a vacina”.
Operação
O objetivo das ações da PF é investigar um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Ao todo, os agentes cumprem 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro.
De acordo com as investigações, a inclusão de dados falsos sobre a vacina contra a covid-19 ocorreu entre novembro de 2021 e dezembro de 2022. Ao emitir certificados de vacinação, os beneficiados conseguiam burlar restrições sanitárias impostas pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos.
Durante a ação, os policiais prenderam o tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O ex-chefe do executivo, embora não tenha sido alvo de prisão, deve prestar depoimento ainda hoje. Bolsonaro também teve seu telefone apreendido pela PF.
Fonte: Tribuna do Norte