A subtenente e presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais e Bombeiros Militares do RN (ASSPMBMRN), Márcia de Carvalho, repudia mais uma vez a entrega da “Medalha do Mérito Policial Luiz Gonzaga” à deputada federal Natália Bonavides (PT) em cerimônia da Polícia Militar, nesta terça-feira (4). De acordo com ela, a comenda foi destinada a deputada, que também é pré-candidata à Prefeitura de Natal, por motivos de “politicagem” e não representa o posicionamento da tropa. As declarações foram dadas em entrevista ao programa Tribuna Livre, da Jovem Pan News Natal, na manhã desta quarta-feira (5).
“A gente estava falando justamente sobre isso, sobre a politicagem, que foi utilizada também nessa medalha, nessa indicação dela. Porque a gente sabe que ela é uma deputada federal que foi muito bem votada no estado todo, mas Natal é Natal, nem todo mundo conhece a Natália Bonavides. Então essa foi uma estratégia do Governo para, tipo assim, falem mal, mas falem de mim”, afirma. Ainda de acordo com ela, a decisão não representa a tropa, o que gerou indignação da associação, que publicou nota na terça passada.
Quanto aos projetos voltados para os militares que a deputada foi contra, Carvalho aponta a PL 5391/20, que prevê a colocação em regime disciplinar diferenciado de condenados por crime de assassinato de policiais ou militares no exercício da função ou em decorrência dela. À época, a deputada votou contra a matéria e foi duramente criticada pelo posicionamento. “A que eu considero mais importante foi a última do PL, versando sobre o aumento de pena para quem mata policiais, então ela voltou contra este projeto”, disse a presidente.
Ela diz ainda que houve surpresa e indignação quando a tropa soube da homenagem, já que essa é uma decisão do Comando da Polícia Militar do RN e do Governo do Estado. “Quando a gente soube, a gente fez a nota, até a associação de cabos e soldados se manifestou com o mesmo pensamento da gente e o que aconteceu, a gente não foi, nenhum presidente da associação foi. Ninguém compareceu”, relata.
A escolha dos homenageados obedece a certos critérios administrativos, necessários para que as honrarias sejam entregues a pessoas que já têm história junto a PM ou que contribuíram para segurança pública e sigam princípios condizentes com os da polícia, informa Carvalho. “Existem critérios administrativos, tanto é que policiais militares foram agraciados também, muitos merecedores que estavam lá ontem, mas que deveriam ser a maioria. Esses critérios internos seguem um regulamento, uma regra de comportamento de últimas ocorrências. A gente gostaria que dos 230 fosse a maioria de policiais militares, porque eles que estão no dia a dia, dando a cara para bater mesmo”, diz.
Fonte: Tribuna do Norte