Os ventos estão mais fortes no Rio Grande do Norte neste início do mês de julho. As rajadas nos primeiros dias do mês ultrapassaram os 30 km/h na faixa litorânea do estado, o que representa um número três vezes maior que a média.
A informação foi repassada nesta quarta-feira (5) pela unidade de meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn).
De acordo com a Emparn, o aumento na velocidade dos ventos é de mais de 200% em relação à média histórica, que é de 9 a 10km/h.
O chefe da unidade de meteorologia da Emparn, Gilmar Bistrot, explica que o cenário se deve à intensificação do chamado Centro de Alta Pressão Atmosférica do Oceano Atlântico Sul, que está mais forte do que o normal.
Isso, portanto, provoca ventos de sul e sudeste mais intensos.
“O mês de julho não é característico de ventos fortes. No entanto, este ano as rajadas estão ultrapassando os 30 km/h”, confirmou Bistrot.
“Para agosto, setembro e outubro, a previsão é de ventos mais calmos pela influência do fenômeno El Niño, estabelecido no oceano Pacífico e causando bloqueios sobre o Nordeste”.
No fim de semana, Marinha do Brasil chegou a emitir um alerta de ventos fortes, de até 60 km/h, até esta quarta-feira (5) e recomendou que embarcações de pequeno porte evitem a navegação.
Na terça-feira (4), uma árvore tombou do canteiro central da Avenida Interventor Mário Câmara, em Natal. Moradores disseram que os ventos fortes na região ajudaram a derrubar a planta.
Árvore caiu em avenida de Natal nesta terça; moradores acredita que vento influenciou no incidente — Foto: Anselmo Ferreira/Inter TV Cabugi
Nesta quarta (5), mais uma árvore caiu na Rua Santa Adélia, no bairro Planalto, na Zona Oeste de Natal.
Em relação às chuvas nos próximos meses, o meteorologista explicou que os efeitos de fenômeno El Niño deverão provocar aumento nas temperaturas devido a formação de bloqueios atmosféricos que diminuem a formação dos ventos na região Nordeste.
Balanço de chuvas
A Emparn informou ainda que o mês de junho terminou com uma média de chuvas abaixo do esperado em todas as regiões do RN. A média foi de 76,6 mm, 21,2% abaixo do normal.
O mês de junho foi menos chuvoso nas regiões Oeste e Central do Estado, que se encontram no período de estiagem e mais chuvoso nas regiões Leste e Agreste Potiguar.
“As chuvas ocorridas no mês de junho de 2023 no Estado apresentaram índices baixos e distribuições temporal e espacial bastante irregulares, características que prejudicaram a atividade agrícola nas regiões Agreste e Leste do Estado”, comentou Bristot.
O meteorologista explica ainda que esse cenário é fruto da “predominância do vento soprando do quadrante sul/sudeste, prejudicando desta forma a ocorrência de chuvas ao longo de toda a faixa litorânea leste e na região Agreste do Estado”
Segundo ele, “essa configuração do vento soprando de sul/sudeste foi resultado do posicionamento do Centro de Alta Pressão do Oceano Atlântico Sul, que esteve menos intensa e mais deslocada para próximo das regiões sul/sudeste do Brasil”.
G1RN