Bolsonaro teve reunião secreta no Alvorada com ministro do STF e Rogério Marinho

Os ministros Kassio Nunes Marques e André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), são citados como participantes de reuniões secretas com Jair Bolsonaro (PL) e integrantes do alto escalão do governo, após a derrota nas urnas para o presidente Lula (PT).

A presença dos ministros do STF em reuniões de governo consta nos e-mails que Jonathas Diniz Vieira Coelho, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, esqueceu de apagar definitivamente. As mensagens foram divulgadas pela coluna de Guilherme Amado, do portal Metrópoles, nesta terça-feira 15.

Lula venceu o segundo turno da eleição em 30 de outubro. No dia 1º de novembro, Kassio Nunes Marques esteve no Palácio do Alvorada com Jorge Oliveira, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) que também foi indicado por Bolsonaro para o cargo. Participaram do encontro o então ministro da Justiça, Anderson Torres, o ministro da Secretaria de Governo, Célio Faria, o chefe de gabinete, Pedro Cesar, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, o ministro da CGU, Wagner Rosário, o senador Flávio Bolsonaro e o assessor Vicente Santini.

A reunião ocorreu às 11h50, no Palácio da Alvorada, segundo a mensagem no e-mail de Jonathas Coelho. Não há registro do encontro na agenda pública da Presidência.

No dia seguinte, no feriado de Finados, o ministro do STF André Mendonça compareceu ao Alvorada para um café da manhã, às 8h, com o ex-presidente e o senador Rogério Marinho (PL-RN). Trinta minutos depois, o ministro Ciro Nogueira e o general Walter Braga Netto passaram a participar da conversa. Também não houve registro de compromisso oficial para Bolsonaro naquele dia.

Kassio voltou a participar de um encontro secreto em 9 de novembro, às 10h15, no Alvorada. Ele encontrou Bolsonaro com o governador do Paraná, Ratinho Júnior, o ministro Célio Faria e o assessor Vicente Santini. A agenda pública da Presidência não menciona a presença de Kassio.

E-mails da Presidência apontam que o ex-presidente teve também pelo menos três reuniões secretas com comandantes militares nos dias seguintes à derrota nas urnas para Lula. Os encontros aconteceram no Palácio da Alvorada e foram omitidos das agendas de Bolsonaro e dos chefes das três Forças Armadas.

As reuniões constam de registros eletrônicos feitos pelo ex-ajudante de ordens Jonathas Diniz Vieira Coelho. Os e-mails dos auxiliares de Bolsonaro foram enviados à CPMI do 8 de Janeiro e obtidos pela coluna de Amado.

AGORA RN

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