Moradores que tiveram suas casas interditadas após desabamento de encosta no bairro Neópolis, Zona Sul de Natal, no dia 21 de agosto deste ano, cobram explicações por parte da Prefeitura de Natal sobre a falta de providências para a obra de reestruturação. No local, segundo os moradores, apenas uma lona foi colocada. Ao todo, nove residências foram interditadas pela Defesa Civil do município.
O desabamento aconteceu na rua Marcassita, após a queda no muro de contenção da lagoa de captação Ouro Preto, no conjunto Pirangi. Mais de 20 pessoas ficaram desalojadas.
Uma das moradoras que precisou deixar sua casa após o desabamento foi a aposentada Arimateia de Oliveira. “Nada foi feito aqui, colocaram essas lonas e nem disseram mais nada. Fico indignada, moro aqui desde 1999 e agora vejo acontecer isso”, afirmou.
Apesar de estar fora de casa, ela recebeu o aluguel social ofertado pela Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (SEMTAS). No momento, apesar de estar temporariamente em um imóvel alugado com os recursos recebidos, ela cobra celeridade. “Espero que seja feito logo o serviço na parede dessa lagoa, para que possamos voltar para nossas casas”, completou ela.
Ao todo, nove famílias tiveram suas residências interditadas pela Defesa Civil em razão do desabamento. Segundo a Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas), sete famílias já receberam o benefício do aluguel social, e as outras duas deverão receber nos próximos dias.
Morador de uma das casas interditadas pela Defesa Civil da cidade, mas que não teve parte desabada, o autônomo Anderson Martins reclama da falta de informações e de um diálogo direto com a Prefeitura sobre quando as obras na lagoa e nas casas devem começar.
“Até o momento não temos nenhuma informação sobre a obra, apenas o prefeito ter falado publicamente que vai construir novamente, mas não há contato direto conosco. Enquanto isso, quanto mais chove, a terra continua cedendo, outras casas podem desabar, a tendência, se nada for feito, é piorar”, disse.
Discussão na Câmara
As reclamações dos moradores pela falta de informações e demora para execução da obra está sendo acompanhada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Natal. Presidente da comissão, a vereadora Ana Paula afirma que busca explicações sobre situação das casas próximas à lagoa antes do acidente.
“Nós já vinhamos insistindo para marcar uma audiência com o secretário de Infraestrutura e os moradores, não houve e o desastre aconteceu. Foram várias formas de contato, ofício, telefonemas, sem diálogo. Agora, a comissão aprovou a convocação dele para audiência pública”, contou a vereadora.
A convocação do secretário Carlson Gomes foi aprovada após votação entre membros da comissão. Ele terá espaço diante dos vereadores e dos moradores da região para apontas quais providências foram tomadas e o cronograma das obras.
“Esperamos que ele esteja presente, junto com sua equipe técnica, para dar explicações, apresentar um calendário da obra, para que possamos tranquilizar esses moradores”, finalizou.
Sobre a convocação para participar da comissão, o secretário Carlson Gomes explicou o trâmite da infraestrutura do município para realização da obra e afirma que irá participar da reunião na câmara.
“Logo após o desabamento foi feito um estudo da obra por uma empresa contratada pela prefeitura, um projeto daquela magnitude não se faz de um dia para o outro, estamos aguardando que seja apresentado este projeto”, pontuou o secretário.
“Sobre a ida à Câmara, irei com o maior prazer a casa do povo. Não tenho restrição, será tranquilo levar a mensagem da secretaria e do município”, completou.